Ano do projeto: 1976
Local: Bairro da Aclimação-SP
Atualmente: Não consta a
construção
Área construída: cerca de 10 mil
m²
O projeto foi
criado por Paulo Mendes em parceria com o arquiteto Abrahão Sanovicz, e tem por partido
arquitetônico a clara distinção de áreas de parque e recreio (áreas externas)
das áreas de circulação dos recintos edificados, ou seja, dividindo o que é
interno do que é externo.
Os arquitetos Paulo
e Abrahão se mantiveram a elaborar uma unificação do projeto fazendo com que
nele houvessem usos educacionais diversos por indivíduos de variadas idades, já
que no mesmo prédio funcionaria uma escola de 1° grau (2), um instituto formador de
professores (1) e uma pré-escola (3), unidos através de corredores e circulação
vertical concomitantemente separados por seus próprios volumes e aberturas.
O entorno
No projeto
constava a modificação de algumas vias, dentre elas a Rua Pires Mota onde está
a entrada do Instituto. Essa via teve suas guias e sarjetas alteradas e sua
largura estendida em três metros e meio, o que deu oportunidade de implantar
uma parada de ônibus para o transporte público. A via ao lado, Rua Tenente
Azevedo, teve seu tráfego desviado e tornou-se passeio público, o que
interligou a praça Nossa Senhora da Conceição ao terreno do projeto. O prédio do ginásio de esportes ao sul do
terreno tem uma entrada de serviço pela Rua Bueno de Andrade.
No terreno existem
dois galpões que seriam desapropriados (2) e um terreno que viria a ser
incorporado ao conjunto (3) e toda essa soma resultaria num parque-jardim
situado ao leste da gleba.
O projeto
O Instituto
Caetano de Campos consiste em dois volumes que são elevados e suspendidos,
libertando o chão que permanece com seus acidentes. Esses volumes são sobrepostos
em duas seções de pilotis diferentes: um deles eleva o conjunto único de
galerias (volume retangular) sobre 15 pilares que estão próximos à extremidade
do retângulo, deixando-o em balanço; já a outra seção de pilotis cuida da
elevação do restante do conjunto, eles seguem desde o solo até a superfície da
laje superior. Esses pilares e pilotis se dispõem com o sistema de apoio de três
pontos formando um triangulo.
Os arquitetos
se preocuparam em manter as fachadas sul, norte e oeste do prédio livres de
janelas, mantendo essas com empenas cegas a fim de controlar os efeitos climáticos
deixando apenas a fachada leste com aberturas nos volumes. Sua cobertura possui
vãos e envasaduras que auxiliam o controle de temperatura dos ambientes e a permeação
do sol no interior do prédio que é selado com uma laje impermeabilizada,
fazendo o arremate da edificação.
Como
característica notável de Paulo Mendes, o Caetano de Campos é estruturado com
uma laje nervurada com caixão perdido elaborada com concreto protendido, ou
seja, que faz uso da tensão criada na laje para vencer os grandes vãos que podem
chegar a 20m nesse projeto.
O projeto foi
elaborado, porém, hoje, no endereço constado nos estudos sobre o Caetano de
Campos existe outro edifício intitulado com o mesmo nome, no entanto, pelas
simples imagens dos satélites notamos que não se trata desse projeto tão
complexo e com uma maravilhosa desenvoltura e características ínfimas do nosso
modernista Paulo Mendes.
NOTA:
Inicialmente vou esclarecer a dificuldade de compreensão desse
projeto por sua alta complexidade e ausência de informações. O único material
de pesquisa utilizado foi retirado do livro Paulo
Mendes da Rocha – Vol. 1 (2002, editora Cosac Naify). Elaborei pesquisas e
tentei contatos com escritórios colaboradores do arquiteto, porém, sem sucesso.
Referências:
Livro: Paulo Mendes da Rocha - Vol. 1, Editora Cosac Naify, 2002.